Não Se Afogue Mais.

Li um texto há pouco que falava sobre não ter mais medo. ir em frente e dizer o que sente, o acontece no momento, o que te intriga. eu normalmente faço isso, as vezes até intenso demais. e quando não digo, e sim acumulo, vem aquele vômito em cima da pessoa a qual seria direcionadas simples fortes palavras. ou aquele vomito em forma de emoção do self. Lágrimas, gritos, perguntas ao self. 'porque eu fiz isso?'. É, eu não sofro por não ter feito algo, e sim por ter feito. Feito demais, sem pensar, por total impulso, me achando a criatura mais feliz do momento. Depois que a excitação passa, e eu encaro a realidade desse momento, o sorriso se fecha, os olhos caem, a culpa preenche e ao mesmo tempo o vazio se torna dono de mim. Machuquei alguém. A mim mesma não importa mais. Já me tornei anestesiada quanto a isso. Machucar alguém, seja do jeito que for, dói em diferentes intensidades. Não há comparação. A violência é bruta e seca. Ela não tem medo. E você apenas quer retirar o que foi dito, refazer aquele momento, achando que era a sua mente viajando como sempre. Mas o pior, é que dessa vez, não era sempre. Era uma das únicas.

Feri, lambi com língua de limão espremido a ferida e sorri, levemente, como se me orgulhasse, por menos de 3 segundos. Ao levantar o olhar, o choque foi imediato. A percepção bateu e assim, o fruto foi a culpa sem saber o que fazer para tentar consertar, pois reverter não seria possível. Não é quando se vive pequenos momentos de passado. E não lembra que existe um futuro adiante, com a pessoa que você ama, com a vida que se celebra, com essa paixão ardente em forma de você mesmo. O que resta, catando, é a dignidade, não mais intacta. O amor já com cicatrizes. O ultimato. Fica e organiza uma mudança já, ou vai embora e não fala mais comigo. Sim, eu sei, ta bom, é pro meu bem. Mas nessas horas é meio foda ver isso assim. Só se vê a merda espirrada em todo o cômodo. Em você mesmo.

Eu ainda tenho medo. Ele vem, diminui mas nunca se vai. Medo de muita coisa. Em relação á outras pessoas, em relação à vida e como ela é redigida. Eu tenho um medo que me cala e me sufoca. Não me deixa com olho roxo, porém me deixa de coração dolorido. Como se ele sim, tivesse levado um soco bem dado, de boxeador ou apenas de um especialista em me quebrar. E não falo de me deixar com aquela vergonha fofa, as bochechas vermelhas, não falo desse tipo de quebra. Aquela quebra de porrada no espelho, em que se finaliza em micros pedaços no chão, de mim.

Por início, meio e finalização, eu encaro e digo em ponto final: estou em mudança. Mesmo se não estivesse, a vida é feito disso. Ou muda agora, ou se destrói mais uma vez até nem um caco restar. Apenas medo, superficialidade e arrependimento. Tudo o que eu tento me manter afastada o máximo (im)possível. Pois tudo é possível. Basta você tentar. Acaba chegando bem perto do bastante. Da respiração profunda novamente. Não se afogue.

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