Dança dos Demônios.

Uma coisa que há muito não me hospedava
que há muito eu não sentia
que há muito não me fazia sentir
diferente
esquisita
indecisa
errante
pensativa
com vontade de mais, muito mais
agora me percorre
como um tango em um corpo espanhol
como a elasticidade sensual em uma mulher e seu mastro de pole dance
como a dança do ventre na frente de uma platéia escolhida a dedo apenas por pura luxúria
e como o canto apenas para se livrar das negatividades do dia-a-dia
porque dos demônios,
eu gosto
e danço com eles, sempre que nos encontramos.

Uma música toca
e meu corpo todo se mexe na cadeira
meus olhos reviram
meu interior clama
por sexo, carinho, atenção,
aquele amor bem diferente dos filmes
algumas noites a là El Tango de Roxanne
e um céu tão estrelado como se não existisse luzes artificiais.

Por tudo o que eu desejo, quero e não posso ter:
Segure-me, em uma dança mais sexual
competitiva
afrodisíaca
orquestral
torturante
flamejante
do que qualquer outra que você possa ter vislumbrado antes.

Dentro de mim, é uma guerra entre meus lados
cores e o clássico dias em preto e branco
aquela confusão e uma certa harmonia no caos
que só quem criou desde o princípio,
sabe exatamente como é.
Fora de mim, tento não demonstrar em minhas ações
mas tudo o que eu quero é contrário
o contraditório, a destruição, aquele paraíso sombrio
minha perdição e eterna liberdade
tudo o eu desejo mais do que nunca - e já sonhei acordada em ter -
é que seja escutada e feita minha vontade
e os seus desejos
essas noites são de todos o que se atrevem e não negam
essas madrugadas são daqueles que aguentam um pouco mais
Por isso, chegue mais perto, mantenha-se em nenhuma distância
em qualquer lugar, de qualquer jeito, desde que seja mútuo
e cheio de demônios.