Demônios.
eu não os reconheci
eu não me reconheço
não imaginava que a intensidade de seus interiores poderia chegar nesse ponto
minha voz não completa a frase, falhando, sumindo em seu fim
exatamente como eu queria estar agora
desaparecida
de corpo
pois de alma, já me encontro assim.
eu vou sair daqui esses dias
para abstrair, espairecer, distrair
ao invés de desvanecer mais uma vez
na frente daqueles que não acreditam em crises
como se fosse algum tipo de crença
tentam impor suas opiniões sobre o que é ansiedade
e como curar
enquanto não curam suas próprias raivas
querem me longe,
querem esquecer que um dia existi
há sangue em todas as feridas
as minhas lutam pra fechar
as suas persistem em não cicatrizar
vocês se tornaram seus próprios demônios.
sua mania de voltar a um evento passado é sua única forma de argumento
vocês estão encontrando o fundo do poço
mais rápido do que aquela que vocês empurram
cada mais vez mais fundo.
você se acha a criatura mais formosa
enquanto me despedaça
como a flor mais delicada do jardim que desistiu de cuidar.
a doença aqui é você.
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