Céu Astral do Momento.
Nem sei mais o que estou
Fazendo aqui
Insistindo nesse lugar ao qual eu
Apenas achei que pertenci
Pois nem tudo que parece ser amor
Tem algum amor
Nem sempre algumas mudanças
São benéficas
E olha onde estou
Olha onde fui parar.
Nem sei mais o que sou
O que faço e o que desfaço
Tudo o que preciso é uns abraços
E espaço pra voltar
Pra desistir
Pra resistir
Pra respirar
Pode não parecer como querem que pareça
Mas eu tô sufocando
Insistindo nessa espécie de sucesso.
Nenhuma satisfação encontrada,
Busque novamente mais tarde.
Leve-me daqui,
Eu quero algo melhor, novo, pode ser louco
Desde que seja constante alguma vez
Porque mesmo a loucura cansa
E a sanidade é louca.
Você não me conhece
Mas tenta me buscar
Entre minhas faltas e silêncios
Sorrisos no vácuo
Choros ressentidos
Gritos não gritados acumulados
Isso aqui é um circo
Um zoológico
Uma hipocrisia nascida na verdade
Mas cultivada na fachada de realidade.
Alguns foram mandados embora
Os que vocês queriam
Mas os melhores dão adeus
E seu trono apodrece lentamente.
Você vai ver
Nem tudo é como você acha que precisa ser
Essas metas não existem
Sempre devendo sem conseguir pagar um terço se quer
O que resta de bom?
O que haverá no final?
Nunca vai se reerguer
Tem vezes que já é tarde demais
Tem vezes é que é demais.
Será que sou a única que vê, se revolta
E quer queimar?
Mesmo que agora não seja possível
Dar partida nesse motor
Ligar o fusível
Deixo apenas tocar o disco
Nessa rotina incabível
Deixo aqui minhas catarses caladas
Catarros cuspidos
Meus cartases colados
Imaginações esculpidas
Mas nunca a garganta limpa
Amigdalite de mãos dadas com o resto da merda toda
E nunca mesmo mentes religadas
Tão religiosas no que já deixou de existir na inexistência de sua criação
Assim, eu ainda deixo de falar
Deixando o assunto como as pernas de uma cortesã
Acordada, tento não renegar,
Enquanto eles nos delegam tudo o que
não conseguem aguentar nos próprios braços de ferro.
Tente-me entender, ajudar, ver
Eu quero mudar de uma vez isso tudo
E tudo isso
Mas não posso
Não é uma opção agora
Ter minha própria vida em minhas mãos
Atadas elas ficam até chegar o céu astral
De me desprender
De os repreender
De voltar a ser quem eu sou
Sair desse lugar em que me enfiei
Pois eu apenas estou
Nada me pertence, nada é meu.
E o que parece, muitas vezes nunca será.
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