Escrever ou Falar?
Por que falar é mais difícil que escrever. Porque escrevendo você pode dizer, suspirar, gemer, gritar, errar o quanto, quão alto e como quiser. Porque vomitar palavras na escrita é mais belo que pessoalmente. Porque a sua visão e ouvidos podem te enganar - viu? não é só o coração. Porque você se sente intimidado: pelas próprias pessoas as quais dirige suas palavras. Os pensamentos delas, as - famosas - reações, a expectativa que causamos - todos. Porque há liberdade total, sendo em um caderno - ou blog - só seu, para treinar e desaba(fa)r, com alguém que não te critica, ou liberdade comedida mas que de algum jeito te faz se sentir bem. Em alguma serenidade que só você é íntimo. Porque você não gagueja e não sente vergonha por tal. Pode gaguejar sim, no seu próprio pensamento, literal ou apenas como etapas na inspiração. Porque escrever não te distrai com outras coisas: você está mergulhado no assunto em questão. Falar, muitas vezes, te deixar disperso, pois há outras coisas para ver ao redor, apontar, te deixar curioso. E ainda você escreve tudo que quer escrever de uma vez, sem interferências de outra opinião, olhos, voz, pele, desejo da pele à sua frente.
Mas, só falar te dá o gostinho agridoce de olhar nesses olhos, perceber o brilho, a pupila indo e vindo para você, reagindo no silêncio, na meia-luz que te deixa mais calmo do que se fosse de repente depois de uma jornada na rua, embaixo de sol escaldante e sede arbitrária. Afinal te dá a voz que tanto precisa pra tirar o que seja que for. Te dá resposta instantânea, e a percepção das pausas, dos pensamentos in between, se haverá uma mentira ou não. Afinal, mentira vem rápido. Ou rápido demais ou travada, mais do que sua ansiedade hiperativa te deixa.
Escrever muitas vezes é bem melhor do que falar. Há uma certa harmonia, mesmo que não te complete. Pois você está escrevendo pra si mesma, ou em uma janela de conversa, e in both ways há secura, ansiedade (maior do que se você já vive de), paranoia. De alguma forma, isso é gostoso. Aquela perninha que não pára, aquela roeção de unha ou enrolação de mecha de cabelo, aquela desconfiança normal ou maior no micro silêncio de uma resposta porque: a internet tá lenta, porque a pessoa está ocupada e não pode parar para escrever de volta, porque você quer na mesma hora que escreve, ou até enquanto escreve, porque o assunto está te rasgando e comendo por dentro, ou porque apenas você quer. Urgências desesperadas e tolas. Todas as cores do arco-íris que podem se transformar em um único tom de cinza. Ou, o completo contrário.
Então, mesmo que um sempre seja melhor do que o outro em diferentes circunstâncias, os dois tem sabores maravilhosos.
Mas, só falar te dá o gostinho agridoce de olhar nesses olhos, perceber o brilho, a pupila indo e vindo para você, reagindo no silêncio, na meia-luz que te deixa mais calmo do que se fosse de repente depois de uma jornada na rua, embaixo de sol escaldante e sede arbitrária. Afinal te dá a voz que tanto precisa pra tirar o que seja que for. Te dá resposta instantânea, e a percepção das pausas, dos pensamentos in between, se haverá uma mentira ou não. Afinal, mentira vem rápido. Ou rápido demais ou travada, mais do que sua ansiedade hiperativa te deixa.
Escrever muitas vezes é bem melhor do que falar. Há uma certa harmonia, mesmo que não te complete. Pois você está escrevendo pra si mesma, ou em uma janela de conversa, e in both ways há secura, ansiedade (maior do que se você já vive de), paranoia. De alguma forma, isso é gostoso. Aquela perninha que não pára, aquela roeção de unha ou enrolação de mecha de cabelo, aquela desconfiança normal ou maior no micro silêncio de uma resposta porque: a internet tá lenta, porque a pessoa está ocupada e não pode parar para escrever de volta, porque você quer na mesma hora que escreve, ou até enquanto escreve, porque o assunto está te rasgando e comendo por dentro, ou porque apenas você quer. Urgências desesperadas e tolas. Todas as cores do arco-íris que podem se transformar em um único tom de cinza. Ou, o completo contrário.
Então, mesmo que um sempre seja melhor do que o outro em diferentes circunstâncias, os dois tem sabores maravilhosos.
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