Transtornos Transitórios Compulsórios: Ansiedade Depressiva.

Sufocar
e esquecer como respirar
Perder o ar
e esquecer os pensamentos presentes
Esmagar os pulmões
e ter um branco de existência
Parece que vou vomitar
Parece que o oxigênio esta acabando
Parece que respiro outro tipo de ar
como uma parada repentina

   e uma volta tudo de 0 à 100km/h em 2 segundos
sem flashback da história já iniciada,
e assim não lembrada
muda assim, por consequência
E então é como se meus pulmões estivessem diminuindo
Como as paredes ao meu redor
alongando minhas noites de quaisquer estações
acrescentando textos, e esse é um deles
realmente semelhante ao infinito
em seus ócios e tentativas de voltar à velocidade acima do saudável,
causa gorfo, e arroto incompleto, a cereja é o sabor da bile
como tudo em minha vida alguma hora.
Às vezes só há como entender uma crise,
Vivendo esta
e eu já estou cansada de compreender
não posso interromper
apenas deixar que esta ansiedade me interrompa e corrompa
sem cansaço própria
apenas me apagando, evanescendo,
me dando um fim ainda no meio da história.

Derramar
toda a água existente nesse organismo
Mergulhar fundo demais
e não saber mais voltar
eu sou um oceano em expressão
e por ironia ou sarcasmo de outra vida
me afogo em mim mesma
sem rolha para retirar e drenar toda essa água
Como se ela se reciclasse e aumentasse
a cada noite expressada depressivamente
e ela é a única que não desiste ou esquece de mim
permanece em sua possessividade estupradora
sou objeto em seu território
usa-me, abusa-me, ponha-me medo
Inseguranças, incertezas, instantes que parecem anos
não aguento mais essa montanha russa
feita de roleta russa em minha mão.
Como essas palavras mais cheias e mais amargas,
Ela apenas vem, e sai de mim em impulso
deixando-me sem pulso assistindo
minha morte tão viva e tão sem alma
- esta tão errante, vagando em seu escape - ,
tão ilusória como sua esperança de melhora
convivendo com aqueles sem empatia
e cansando de esperar por qualquer realização
- assim, talvez preenchimento ou desilusão repetitiva -,
ela se acelera em uma corrida eterna com sua amiga de foda,
e assim são conhecidas como um casal famoso
ardendo naqueles diagnosticados como iniciantes na insanidade mental,
sua querida ansiedade depressiva.

Todas as crises do mundo fazendo lar em mim
Sem permissão, sem lei
Apenas sinto-me invadida
E não posso comandar
Sem ter a sensação de enforcamento
Sozinha ou acompanhada
O caminho para uma morte rápida e segura parece ser
Longo demais para eu continuar seguindo
A desistência é sempre a página par
Enquanto, no limite de velocidade,
Fora da lei há muito tempo
Sobrevivo buscando viver
continuo sem terminar qualquer coisa que sejam livros, sonhos, frases
jogo ao vento a luz
e que faça gritar por mim esse arco-íris interior.

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