Transe.
eu entro em transe quando penso em você
a cinza cai e mata o cigarro todo
brinca comigo achando que o boomerang não volta
tão inocente que eu nem sei
nem sei o que fazer com você
é errado
e por isso é bom
brincamos com nós mesmos
como um leão que ruge de algum lugar da terra mais perto do céu
em mim desarmo todas as armadilhas
escudos
amuletos
e máscaras
desarmonia harmônica como o arranjo do início de uma orquestra enquanto se afinam
essa mulher ainda vai me matar apenas no meu transe
tão perto mas tão tão longe
nunca seremos
mas enquanto viajamos no corpo do outro
sempre estaremos
me percorre
me penetre
me pertença
pela noite em que entramos em sintonia
do encontro ao encanto
sem restos
transbordamos-nos não completamos-nos
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