relevos

eu que não me expliquei
que não me desculpei
que recusei andar na linha do outro 
pelo contrário
que somente questionei
e tentei fazer refletir
que percebi o sol se por

sou atacada como se estivesse trazendo absurdos
incabível ao olho, a pele

inacreditável é o pavor da massa
menos reconhecida que já vi
mais viciada no que apenas lhe consome
respirar de fato, porque?
manso é o boi controlado no chicote
aquele que não resiste é só mais um comido vivo 
e assim, o rio - mal - corre 

mas eu não posso salvar
quem prefere se agarrar ao navio afundando 

a linha reta não quer dizer nada 
os relevos ensinam mais 
minha estrutura é feita do equilíbrio e do caótico
de catarses e discursos
de estar com meus botões
e me sentir bem
sem demais dores de cabeça 

o teu corpo reflete
toda a dor que mora dentro de ti

não posso sobreviver assim
ouvindo quem não quer escutar
que só quer ditar direções
e regras sem sentido
sentir o lado do outro 
parece não estar no seu dicionário
comandar não sentindo na pele é passar por cima com as pupilas fixas 

a hipocrisia mata todos os dias
infelizmente não os próprios hipócritas 

demonizar o que é diferente é o que há
na bolha se mantém

enquanto eu prefiro me perder por aí
explorando, questionando, aprendendo 

vem
se o atrevimento te impulsiona  

Comments

  1. I enjoyed your poem, my friend, it was beautifully written!

    PS Just letting you know I relocated so you'll know where to find me if interested.

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    1. Thank you, my dear.
      P.S. Yes, a fresh start! Very good to know. I just followed you.

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