Romance?

será a saudade provinda de uma carência verdadeira ou apenas vontade de estar acompanhada por uma noite, ou duas? será apenas um buraco interior que eu mesma deveria preencher comigo mesma sem mais ninguém, nem amigos - pois estes estão longe ultimamente, alguns fisicamente, outros emocionalmente e outros, os dois -, apenas meu gato e um bom filme? Sem descontar em comidas e uns chocolates ou lágrimas na frente do espelho com a esperança lá no fundo se mostrando tão acesa de que eu ainda vou encontrar alguém que valha a pena e que goste das mesmas coisas que eu como um relacionamento sem o sufocamento da porta fechada? eu sou livre, merda. porém tenho me sentido livre demais, sozinha demais. eu sei, eu sei, universo, talvez apenas não seja a minha hora, mas logo quando eu mais preciso (de um jeito não realmente necessário), mais desejo aquela pessoas para preencher alguma parte de um dia, ou dois, da minha semana, não viver baseada só em mim, nos meus pensamentos deliriosos e na minha imagem refletida. eu sei, também, que se eu ficar pedindo e pedindo e pedindo, nada nem ninguém virá. eu tenho que fazer como normalmente faço, praticar o desapego ou fingir que esqueci, pelo menos, pois ficar em cima sufoca não só a mim, mas até o universo. será que eu devo mudar alguma coisa a mais em mim, só que agora no sentido amoroso da coisa? algum detalhe, como parar de pensar tanto em mim, mesmo que isso esteja sendo mais ocorrente pelo meu tempo enorme sozinha sem muita coisa pra fazer nem muito dinheiro - nem isso tem ajudado nessa fase (e que fase! parece uma lua negra que se mescla com uma lua crescente mas no entanto volta pra lua negra em uma tentativa de reclusão/renovação/reciclagem de mim mesma). eu me amo, tenho certeza disso, mas isso não significa que eu seja auto suficiente. acho que ninguém é de verdade. todos precisam de um intervalo de si as vezes. de acariciar, ouvir, apreciar, conversar, se entrelaçar com alguém interessante. faz bem. renova as energias. como se fosse uma lua nova pro corpo e mente. é disso que eu quero desfrutar, que eu tô com saudade, que eu almejo tanto neste exato momento de minha vida. parar de dar apenas 'eu' nessa história, mudar um pouquinho, logo eu a viciada em mudança. o melhor escape da rotina incessante que o dia a dia tenta nos enfiar goela abaixo. é legal matar algumas saudades. agora tô matando a de escrever meus pensamentos em forma de textos grandes não exatamente poéticos. a próxima na lista é a de viver um romance novamente. apenas pedindo uma pequena coisa a mais: reciprocidade, por favor.

aquelas questões que aparecem numa noite de um quase mergulho numa escuridão, aquela minha velha amiga, porém não tão amiga assim.

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