o rei está louco

como reverenciar aquele que só é rei dentro da própria cabeça

do próprio mundo feito de objetificação e obediência 

menos qualquer coisa parecida com amor?

como querer que o outro te respeite e te compreenda se você mesmo não o faz e ainda chuta esse mesmo ao abismo dos próprios sentimentos?

você vê algo além do próprio nariz?

você vê algo além?

você vê algo?

você vê?

ou tudo precisa girar em torno de ti

para que a paz reine?

quem é você de verdade?

agora eu vejo

obrigada por atropelar o interior já pisoteado 

você não se importa

e ainda grita que não se importa 

prefere o abano da grande folha por aquele que um dia só falou mal de ti

e abana apenas pela grande fachada 

assim, o holofote em cima dele fica mais brilhante 

quem são vocês 

sonâmbulos alienados passivos agressivos 

é tanto guardado que um dia há de explodir

um cordeiro se junta ao lobo

e o lobo, sem a coroa

ataca salivando por mais do que ainda nem chegou perto do fim 

cuspindo opiniões próprias que se fingem de verdades

em cima daquela que só queria um pouco de compreensão

pois o mundo que tem carregado nas costas tem sido pesado demais

e ninguém deveria carregar nada além do que aguenta por tanto tempo

ninguém é feito de ferro ou aço e não deveríamos agir como se fossemos 

a vida se esvai diante de seus olhos

o que mais importa além da ganância? da soberania? da obediência?

outra guerra travada

por

nada