binoculo
eu aproximo do meu rosto
este binoculo
para te ver melhor
porém só o que vejo é você mais distante
ainda mais distante do meu toque
retiro ele achando que de repente o punha
errado
mas não
tudo o que eu vejo agora é nada mais do que real
ponho de novo o binoculo
e mesmo longe,
seus mínimos detalhes me provocam suspiros
no que eu fui me meter?
nada disso é real,
e eu sei, mas prefiro acreditar no que me traz
um sorriso particular
um arrepio diferente
algo que pegue a minha mão
e me puxe para cima
me tirando por completo
ou pelo menos alguém que eu possa depender minha felicidade em
o que eu amo, quem eu amo?
eu só posso dizer que tudo o que eu na verdade sei é
o que esse sonho me revela
aqui deitada nessa cama
olhos fechados ou não
é que sonhos criados conscientemente
são ilusões apenas
e tendem a se mostrar certas
por tanta fé direcionada a tais
esta loucura de ser
de viver na falta do temperatura mais alta
junto ao próprio corpo
tão acostumado ao próprio caos
a rotina protelando há tanto ser repensada
esse cérebro não quer o que o coração bate mais forte por
pois percebe o quanto é perigoso
se perder mais uma vez
e deitada na mesma culpa
digo, cama,
desejo sonhar só mais um sonho irreal
para seguir com essa vida
reorganizar este mundo
aprender a pegar as rédeas quando for necessário
sem ferir, demais, de novo
em algum momento eu sei,
no fundo mais profundo
onde me sinto estranhamente confortável
o qual preciso mudar os angulos
de visão e tratamento
que mãos que encaixam nas minhas
assim como os labios, o corpo, e o coração
me encontrarão
porém, também sei que
se continuar pressionando o universo que me auxilia
com estes sonhos fantasiosos
temo que cada vez mais distante estará
como olhar com esse binoculo
que não está quebrado
apenas é uma mensagem em metáfora
à minha auto-percepção.
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