Ausente
reconhecer no espelho
a imagem marcada
por tantas feridas
abertas e fechadas
essas cicatrizes que eu nunca tive culpa
e que nunca houveram pedidos de desculpa
como eu posso agradecer
a alguém que só é ausência?
que eu nunca vi demonstrar
que se importa comigo?
ser presente
na materialidade
qualquer um pode ser
porém ser presente
como o sol que afaga
demanda quebra do enorme orgulho
(e do teto de vidro blindado)
a indiferença
fere a carne e a alma
me faz refletir e não querer o mesmo ciclo repetir
você é a mensageira
ele é apenas dúvida
ambos com abismos maiores que conseguem ver
você é a possessividade no afeto
ele, a falta do tato
que ao se ver vulnerável
aponta todas as facas
sem pensar antes ou
se arrepender depois
você se acomodou com isso
por não acreditar que merece mais
do que o mesmo sempre
eu não consigo abraçar assim quem erra e não muda
sendo assim, mais um trauma pra longa lista:
busco no outro o que faltou enquanto eu crescia
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