organismos e paradoxos
o que a sociedade expulsa de si
joga fora no meio fio
entope os bueiros
e as veias
cansadas
como os pés que aguentam mundos
de existências bidimensionais
e voláteis
o orgânico em nós saúda a terra
para a qual vai se entrelaçar em seus organismos e paradoxos
ansiamos pela pureza e pela harmonia
vindas de uma organização inexistente
enquanto a desordem e a sujeira
são ininterruptamente fabricadas
tornando invisível o que é mais necessário
no meio de tantos desejos vazios
a matéria fora do lugar
se deixa empoeirar
o grito interno a ecoar
com medo de se libertar
o esquecimento de valorizar
o que os olhos podem tocar
o que as mãos podem criar
o que a coragem pode mudar
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