Inferno Aceso.

escape automático de uma mente atolada em reviravoltas
entre outras lamas de ruindades
nem que seja uma suspiro de sinceridade
no meio de uma respiração curta,
e outra
decide juntar o transbordamento
e trocá-lo por palavras
que tentem explicar sua agonia
a angustia de uma noite cheia
gritos, tumulto, sujeira ao redor
a vergonha nos olhos por um oblívio tão escarrado
inconsolações e algumas insatisfações
solto a voz em alto e bom som
o infortunio é este ser pelo interior
e o exterior é silêncio,
semblante trancado
certas coisas não adianta conversá-las
elas não desaparecerão
já aconteceram
mancharam a história
murcharam a última flor
remexeram com o equilíbrio
misturaram ao caos em engano
a música nos ouvidos tenta diminuir a intensidade da tensão
todavia, não subtraem
todos os dominós caíram
ao adentrar as portas da casa que um dia foi um lar
mas nunca um retiro
fecharei as portas do mundo
aumentarei o verdadeiro refúgio
acenderei a distração das energias
alimentarei os vermes e entranhas
pois a cabeça remói a podridão do ser
desde mínimo
até a ignorância da plenitude pelo completo
o vento do veículo em velocidade na minha pele
me dá o ar, que sem movimento, esqueço de puxar
do âmago à superficie
neste momento me encontro em inferno.

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