Eu Acredito em Contos de Fadas.
Merda, eu acredito em contos de fadas. Lá dentro. Ainda resta uma parte de mim, bem grande pra dizer a verdade, que acredita, que almeja e vive por um final feliz. Seria ainda mais belo se houvesse cavalos, castelos, um campo, florestas, vestidos volumosos. Porém nada é perfeito, só temos o que necessitamos e ainda assim precisamos lutar até o esgotamento para termos esse equilíbrio, esse balanço na vida. Tenho estado tao desacreditada que nem sei mais o que eu tanto almejo. Me perdi por perder tanto nesse jogo eterno. Não tenho mais o que apostar. As fichas foram as primeiras a acabar. A paciência, estava no meio. Minha auto-motivação, a ultima. O amor ainda está aqui dentro, em algum lugar, escondido, com medo, tímido, cansado, lacrimoso. Todo o conto de fadas de filmes da Disney, na real, é barulho, apartamento, solidão, trabalho, dinheiro, talvez um ou dois gatos, e a roupa mais confortável que houver no armário. Se houver um armário.
Estava assistindo o ultimo filme feito da Cinderella, e foi aí que acordei. Que me reconheci, infelizmente dessa forma. Não, não estou sendo pessimista, só tenho uma mente muito nas nuvens, muito esperançosa, muito fora da zona de como as coisas realmente são. Uma vida maravilhosa mascarada em infância, em amor que restava de duas pessoas, em um conforto, em inocência, fragilidade, risos por nada, uma mente que ainda não retrucava, que não se rebelava, que não pensava propriamente. Sinto-me culpada assim como sinto-me inocente. A culpa não é minha. Eu só sou quem eu me sinto bem em ser. Eu só me expresso como minha lógica me pede. Eu só peço a deusa que me guie, iluminada pela lua de todas as noites menos 3. Os dias e noites que mais temo. Que me sinto frágil, solitária, e presa. Uma criança perdida em um mundo tão cruel como adulto. Eu mesma que me perdoe, o amor que me perdoe, a deusa que me perdoe. Eu não aguento a pressão de ser quem eu não sou. De aguentar as correntes pesadas e mais todo o peso de certas pessoas e do mundo já existente em minhas costas. Eu só quero ser livre e amada. Protegida e balanceada. Não aguento mais ignorar para sobreviver. Porem, tenho de. Não posso me sentir culpada de tudo e por todos. Eu sou flor. Sou ramo. Sou fruto. Sou beijada pela raiz. Floresço, me abro, porém temo e tenho de me fechar quando chega o inverno rigoroso do coração, da vida, a batalha tão longa e os dias tao rápidos. Quero entender pela minha logica, ao invés disso, flutuo na água desse rio de São Pedro da Aldeia para sempre. Para sempre uma memoria. Guardar as melhores sempre. Lutar pelas melhores e por si. Gentileza, amor, coragem, bondade. Apesar de tudo. Empodere-me. Empunhe sua espada ou seu arco e flecha. E vamos em frente. Sobrevivendo para voltar a viver. Eu vou. Você vai. Todos vamos um dia, pelo menos uma vez e essa valerá pela jornada inteira. Acreditamos desacreditando. Inseguros seguros por talvez uma ilusão ou única realidade em forma de bem.
Se ainda houver cultivo do amor, se ainda houver polén da prosperidade, se ainda ainda houver luz do satelite natural no meio da noite. Nos dando proteção e um sorriso de canto de boca ao vermos ela no meio do dia. Sempre ali. Sempre assistindo. Se ainda houver notas harmônicas. Se ainda houver bons seres humanos. Se não mais haverem guerras sem sentido, por estes que vos desabafo, nunca por uma causa boa maior. Se não mais haverem insanidade por limites ultrapassados e corações quebrados. Se ainda houver fonte de água como revitalização. E assim, renovação. Que haja renascimento mesmo das cinzas. E assim, proximidade sem periculosidade. Se ainda houver conto de fadas. Se ainda houver nebulas neste universo. Se ainda houver eu.
Todo o glitter. Toda a dança. Toda a felicidade. Toda a aventura. Toda a beleza. Todo o perdão. Toda a gentileza. Toda a bondade. Todo o amor, sim.
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