Culpada.

Eu sei que não é culpa da lua em gêmeos. Pode ter uma ajudinha dela sim no processo, mas a culpa é da minha mente. Não, eu não to bem. E só venho protelando isso. Não é nem para dizer aos outros. Estou mentindo para mim mesma. Quero entender algo que não consigo. Quero mudar algo que não posso. Quero adiantar algo que não dá, que tenho que passar, que viver e aprender. São fases. Curtas, longas, quase eternas. Quando terminar, terá sido uma jornada e tanto. Agora, diz isso pra minha cabeça! Nem a pau entra. Às vezes me pego pensando que pareço ter dois eus. O racional, direto, curto e grosso. E o emocional, sem atalhos, protelante, indiferente. Sou diferente, e tão igual. Só precisava não ter essa outra persona que preenche minha mente nos tempos vagos. Nada para fazer, aqui ela está. Me importunando, desequilibrando, criando paranóia no caos como lua se tornando cheia. Eu me perturbo, eu me sou insistente, eu. E ao mesmo tempo são todos os outros. As vezes sozinha tendo algum tipo de rotina não desgastante seria a melhor coisa para mim. Mas aí vem aquela carência, aquele furacão emocional. Tem vezes que vem com tudo, outras, vem com passos de bailarina. Pegadas de urso de pelúcia. Só enganando, se esgueirando pela fresta. Como um demoniozinho. Ô infeliz. Ô delicia de vida.
Eu só queria ser simples. De tao confusa, complico minha relação não só comigo mesma, mas com quem prezo e sou apaixonada. Me perco. E não me acho. Brinco de esconde-esconde. Pique-pega. Corro menos. Paro. Sem folego. Inspiro. E se eu não mais expirar? Passar da validade dentro de mim? Pressinto auto-flagelamento por uma mente desocupada. Aquele brilho esquecido de uma mente com tantas lembranças.
Fixo meu olhar no nada. Preciso de uma companhia. Essa solidão está me fazendo encontrar a Samara. Silêncio fora. 4 baladas diferentes aqui dentro. É. Melhor explicação. E ainda não sei como me sinto. Só sei que não estou bem. Como um espelho, reflete n'alma, no corpo, nas noites em claro. Cores evanescentes. Me tira dessa ociosidade. Desse poço. Me traga de volta a vivacidade. A estabilidade inteira e completa. Amor, preencha essa taça.

Comments