Histeria Interior.

Me deixa aqui por um momento
As vezes é bom se sentir uma merda
Um lixo
Aquela sensação de inutilidade
Um desperdício de vida, corpo, dinheiro
Causado por um gatilho ou não,
É meu momento
Minha liberdade
Meu silêncio, minhas lágrimas
Daqui a pouco tu vens me dar um abraço de compreensão
Palavras carinhosamente verdadeiras
E energias cativantes,
Um olhar apaixonado
A morte as vezes é mais fácil do que a luta,
Porem nesse caso a auto-covardia é maior do que tudo
Enfraquecer a alma é sinal de desrespeito
E não é o que eu quero
Só sinto vontade de recolhimento, de inferioridade,
de sentir o frio do chão diminuir esse coração em fervura.
Deixa a conchinha dos meus sonhos acordados pra depois
A realidade é bem distante disso, infelizmente.
Me deixa aqui, eu e os gatos
Não é exatamente bom se sentir sozinha, mas é a realidade de cada um de nós, de alguma forma
Temos companhias com limite de tempo
ou paciência
Não fomos feitos pra ninguém
Não nascemos para nos apegar,
Porem nos apegamos
Síndrome de medo de solidão
Bem, eu não tenho, pois eu já sou e tenho
(in)sana consciência disso
Sei também que não sou o bastante pra ninguém
Só preciso ser para mim
Ainda assim, essas coisas demoram.
As vezes nem acontecem.
Outra vida fica com o peso.
Me perdoe, Deusa.
Mas as vezes eu só queria não mais existir.
Não vem com sermão, me deixa abraçar meu coração
Em hemorragia, histeria,
O contrario de midas.
Depois tu vens me sacudir
Agora, se não entender, só me respeita:
As vezes é bom estar sozinha.