futura discussão sobre um desconforto que não entendo.
eu ainda quero conversar sobre isso. sobre a causa desconhecida de você me trazer um medo por dentro mesmo estando a kilometros de distância. de me fazer tremer, em receio. sobre a sua voz me fazer ficar emocional. sem razão específica. sem precisar ter assunto. e quando tem assunto e esse é sobre aparar frestas, vértices e fazer compreender os dois lados ao mesmo tempo. diminuir desentendimentos, acabar com dúvidas, seguir em frente em paz. quero descobrir porque você me causa isso. mal comparando é praticamente o mesmo sentimento das vezes que meu pai me ameaçou em dias desequilibrados. meu coração acelera. minha respiração pesa. minha cabeça quer fingir que é tudo um sonho, um aviso, pra tomar cuidado nos próximos passos e palavras e não errar, tanto. talvez seja algo de outra vida. talvez seja essa sensação de liderança que você transparece quando eu sonhava em achar que não havia mais obstáculos nessa estrada. sim, eu sei, nem sempre obstáculos são coisas ruins. e não estou falando agora como se fosse. sinto como se você significasse demais, ainda. a ponto de me deixar com vontade de vomitar todos os meus sentimentos. de uma vez só. como se tudo o que eu precisasse fosse de um ouvido, um ombro e um olhar de águas calmas. como se eu me sentisse confortável, enquanto tudo o que me sinto é deslocada. é uma sensação indiferente, com um peso nada similar a qualquer outra antes. a vontade é de pedir desculpas pelos erros e pelos acertos e culpar a mim mesma pela minha existência na sua vida. não me sinto em casa, mas em perigo. estou me equilibrando em corda bamba, quando há um chão para pisar do lado.
mudanças foram feitas. escolhas. prioridades. um encontro que se tornou um acréscimo. um conforto melhor. talvez tivesse que acontecer como uma chave para algumas portas. talvez tivessemos que entrar na vida uma da outra para mostrar realidades completamente diferentes. talvez não fosse pra ser. e eu quero ficar bem com isso. mas toda vez que ouço sua voz, minha espinha, coração e pulmões entram em colapso. o esforço pra controlar não dura muito tempo. tento distrair minha atenção, imaginar uma energia boa e leve no lugar dessa sensação correlata, lembrar de uma música, ou apenas respirar fundo. pois de tantas dúvidas, eu acabo por esquecer de fluir.
e eu nem sei o porquê.
um dia eu quero conversar sobre isso.
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