virando a página.
a existência parece ser densa demais quase todo o tempo. um tipo de lama movediça. fomos ditos para não nos mexermos, nos adaptarmos ao redor, que alguma hora a ajuda vai chegar. no meio dessa zona mental é que vejo como a vida é frágil demais, sempre. um jarro de porcelana antigo e raro. como suavizar o que vem com a força de uma tempestade? haverá calmaria, haverá um chão para pisar ainda, haverá constância mais consciente do que seus sonhos acordados. haverá uma luz no fim to tunel. a merda é a espera que pesa mais que tudo.
nesse tempo ocioso, a mente gosta de brincar com a esperança, misturando inseguranças e intuições. como saber o que é real e o que não é? há como. eu sei que há. às vezes alguns sentimentos parecem ser uma pedra grande e pesada, e amarrados a ela, afundamos. o segredo é não dar as mãos a esse fundo. é não apenas deixar estar e ser. é agir. respira. olha nos olhos. desvia sua atenção lá pra fora. as nuvens se dispersando, a brisa fria ressoa no buraco onde havia um coração. aquele que se encontra apertado em sua mão. tão frágil quanto a própria vida. na sede de bombear o sangue do seu corpo todo. um lar visto com os olhos fechados.
sente. sem pesar. só sente.
flui.
falar parece ser fácil demais, sim. mas não é tanto quanto.
pois essa reflexão sai das entranhas. da alma anestesiada. o sangue espirrando. a lágrima escorrendo. o ar voltando. a página virando.
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