que venha e que vá

até que ponto eu não quero que outros me julguem
e ainda assim acho que estão me julgando
enquanto eu faço exatamente o mesmo comigo?

ouço minha mente
ou meu coração?
será que existe uma linha tênue contínua entre esses dois?

sei que a inconstância é bastante constante
e eu sou o fruto dessa árvore
e sua raiz tão antiga, tão fincada

que eu veja através
que eu seja transparente de certa forma
que eu esteja sã até o fim
de todos os fins de ciclos
e que venha mais leve
não como neve, mas como eu possa carregar
e que eu não fique aguentando sem ter porquê
todo o peso nas minhas costas e cabeça
como se tivesse forças para tal
abrir o ralo, as janelas e a porta
tudo o que tiver que ir, que vá
com calma, e que não leve junto minh'alma
em todos os momentos que eu me entregar

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