inacreditável.

é inacreditável como tudo pode mudar em um segundo, de uma semana para a outra, quando a gente bate com a cara no muro repetidas vezes. é inacreditável como a gente só conhece alguém na convivência. e em uma das possessividades da minha mãe, ela estava certa. porque não analisa primeiro, faz uma coisa de cada vez e aí faz sua decisão? eu não escutei. ruim, porém uns aprendizados novos adquiridos.
é inacreditável como pode haver tão diferentes tipos de não-comunicação. como a gente idealiza tudo, mesmo quando acha que tem um minimo de controle da realidade. como não nos orgulhamos das pequenas vitórias e nos deixamos abalar fortemente pelas pequenas derrotas. como arrumamos desculpas para não fazer algo. como iniciativa as vezes é um negócio tão difícil de se ter. como medo é um negócio bem fácil de se ter. e pesar. lamento. culpa. é inacreditável que fala do próximo mal quando se tem tanto para resolver. como se fala do próximo sem ver suas lutas. como se fala do próximo sem direito algum.
é inacreditável como tudo pode ruir. assim, fácil igual um sopro em uma torre de cartas. como os machucados interiores transbordam e se tornam exteriores, distração, desfoco, sinal do universo.
é inacreditável o quanto podemos esquecer de nós mesmos no processo de cada rumo. o caos que vem com a mudança. e como é viciante o costume, a auto negligência ou seja bolha ou seja não sair da zona de conforto ou seja estagnar.
é inacreditável a paz que há dentro do caos, nos pequenos sons, silêncios, mergulhos, névoas, olhares.
é inacreditável o quanto eu desejo que seja leve, pois sei o que se passa e o que já passou dentro de suas mentes e peitos, espíritos e carnes. mas que também sejam perceptíveis as lições tão necessárias o mais cedo possível, para que se perder, seja onde for ou em quem for, não se torne um vício irreversível.

a que perdoa mas não esquece.

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