Em Transe Memorial.

Tenho estado tão desanimada
Minha esperança foi embora
O resto de motivação que eu tinha está sendo levado junto
A chuva não toca mais esse chão
Meu fogo está tão sem chama
Minha terra nega outro terreno a não ser o seu
Devo eu desfrutar da caída?
Devo eu me deixar estar até não sei quando e o quê?
Memórias e fotos são tudo o que tenho
Vergonha é toda minha amiga
Distração não é uma opção
Minhas leis se libertaram
Me deixando enjaulada
Apenas para observar e almejar o horizonte em frente
O único espaço é para os epiléticos movimentos que, apenas estes, não tem fim
A dança ainda mexe com minha alma,
Balança meu corpo
Mas não balanceia minhas emoções
Não como as chamas bellydancers da fogueira
Não como eu.

Se acostumar é o pior que se pode fazer.
Estou fixada e perdida no meio do nada.

Não ouço mais você me chamar
Então eu acho que me fiz de tola
Novamente
Tão ingênua, tão estúpida
O ansioso nervosismo e
A depressiva melancolia
Me deixam sem como buscar por ar
Sem sucesso
Sem vida.

Este é meu modo de seguir em frente
Vou caindo
Há dias que abro meus olhos e brinco
com isso tudo, com o perigo
Mas há noites que tudo o que eu mais desejo
-já que não posso ter o que quero-
É uma amnésia
Ou uma hibernação

Ou talvez uma morte rápida e sem piedade
para adoçar esse fim
Ao invés de secar e deixar tão lento que dá pra sentir o sabor amargo na boca ao produzir saliva, ao mexer com o piercing
Refletindo,
Viajando.
Mais do que nunca.

Em transe.

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