Aventura Por Desventura.

As vezes nossos grandes sonhos não se realizam exatamente como almejamos. Se realizam em partes. Das mais importantes às menos, das pesadas às feitas de nuvem. E assim seguimos na estrada até onde o destino puder nos deixar ou até o limite de nosso cansaço.
Um caminho não conhecido, um trajeto explorado apenas ouvindo seu inicio e fim. A insegurança nos toma e a mania de controle imerge em nossas cabeças. para onde vou agora? O que vai acontecer? Por quanto tempo? E depois? E se? Se der certo? Se der errado? Neste momento não tenho planos, deixo tudo acontecer naturalmente. O que tiver que acontecer, acontecera. Não pertenço a lugar nenhum. Agora, apenas a mim mesma. Meu fogo interior é brando, esperando o inesperado e sua intensidade. Há de mudar. Ate sua essência. As balas atingiram o colete ate que uma furou este e fez um buraco onde antes era um coração. Não ha sentimento maior de temor, ou de tristeza junto com os olhos travados sem acreditar, tentando engolir toda a bola de lama de tantos anos e da sensacao do momento presente, vindo de quem deveria vir apenas carinho e compreendimento, enquanto no lugar divide mares e cria tempestades com o desprezo, arrependimento e ignorância de apenas dois seres e suas mentes fechadas a 70 chaves.
E chove em mim, essa aventura por desventura. O fogo não se conteve, se alastrou, quebrou as últimas barreiras e segue em diante.
Se isso te faz mais frio, você aprende de uma forma ou de outra. Eu quebro as regras deles e conheço com minha dança a liberdade.
As piores palavras, a mais duras vem sempre de uma sinceridade aguda em adrenalina como se estas estivessem alcoolizadas, enquanto na verdade estão mais do que sóbrias. Ego. O inferno é melhor do que aquela casa. Uma casa que nunca fui um lar, apenas um ponto de explosões, terrorismo de todo dia, enganação de todo o sempre. A estrada é meu paraíso guardado. E nenhum paraíso é perfeito. O imperfeito me pertence, enquanto nada mais o faz. O frio gelado chega antes do sabbath. Uma lua negra. Lua nova. Cancer. Termino sem planjemento. (re)Começos. Vastas emoções. Afastando-me de toda desmotivação e esquecimento diários. Eu vou. Porém nunca longe demais de mim mesma.
O céu nublado ilustra o cenário deste minuto. Air, Charon. Talvez tenha que haver este impacto. Só assim há de haver um futuro mais claro. Ou não. Observemos, vivemos antes do 'sobre'. Ipês rosas. Este vento gelado me lembra o medo que senti há 3 dias. A única diferença é que, neste, eu posso respirar.