Recomeços, Fins e Amor.

Aquela carência é nada perto do que tenho me encontrado nos últimos dias. Tiver que sair de casa. Minha saúde mental e corporal não aguentava mais todo o mal presente e vivinho da silva de todos os dias. Porém, saindo da zona de conforto abalada, há de haver dificuldades. E alarmantes: Moradia, dinheiro, estabilidade.
No dia em que tudo passou do limite naquela casa, acabando em agressão moral pela ultima vez, e quase uma agressão física, um amigo do peito me acolheu. 3 dias. Em seguida, um cara que nunca imaginaria que poderia me ajudar, me deu moradia e conforto. Quase duas semanas aqui já. Dei um apoio em forma de amor à mãe dele, que passa por uma separação repentina e dolorosa refletindo nos dois filhos - mesmo que estes não ponham o que sintam para fora. Se expressam como se sentem á vontade devida a dor já existente. Não querem pesar mais o coração e os ombros de sua mãe. E ela, que mulher maravilhosa. Forte. Um exemplo de muitos tipos em uma única mulher. Um exemplo de família, mesmo com a decisão egoísta do pai de ir embora. Como já me emocionei aqui. Sinto ate uma certa vergonha por ter expressado essa emoção em tristeza desse interior ferido meu e água corrente de meus olhos. Eles me confortaram, me abrigaram, me deram alguma harmonia para esse peso louco em minhas costas. Me sinto melhor do que quando cheguei. Mesmo que sempre haja um fim para tudo, posso dizer que estou bem. Enquanto cheguei aqui, confusa, não sabendo quais palavras usar para expressar meu interior. E escrevi. Demais. E estou escrevendo. Bloqueio de criatividade foi pra puta que o pariu. O conforto veio até mesmo durante e depois de uma playlist não planejada (das mais belas músicas que alguém já me mostrou) em uma série de beijos e outros tipos de carinho na segunda noite aqui. Meio de madrugada e amanhecer deliciosos. Um certo preenchimento. E lá no fundo, tentando não tornar aparente, eu desejo novamente. Foi tão bom. Que timing. Que êxtase. Ai. Vida. Tenho me sentido em um vazio. Me amado anestesiadamente. Porém, não quero que lamentem, que tenham pena de mim. Prefiro um abraço sincero do que um 'ah, coitadinha'. E principalmente detesto quando comparam a minha situação a alguma já vivida por seja lá quem for, só pra fingir que entende pelo o que eu to passando. Se não sabe se pôr no lugar sem dar exemplos, por favor nada diga. Abrace-me e deseje-me boa sorte.
Neste momento, a gatinha mais amorosa desse mundo está deitada em cima da almofada no sofá, apoiando sua cabeça em minha mão direita. Sim, consigo escrever. Fazendo um esforço para não acordá-la. Sentirei saudades dela. A naturalidade do laço que criamos. O amor mais leve. Sua vesguice em olhos azuis como os de um huski siberiano. Sua confortabilidade no meu colo, nos meus braços, nas brincadeiras de nós duas juntas. É, lá no fundo do fundo eu me apeguei. Mas como tudo na vida, há de deixar para trás. Se soltar. Um passo antes de ter que se desapegar. Talvez isso tudo seja uma lição boa para mim. Talvez seja um aprendizado qualquer. Em todas as suas formas e dificuldades, eu agradeço. Por ter um amigo, por haverem pessoas boas como esse homem, da casa na qual estou hospedada, por ter uma amiga para à casa a qual eu vou no sábado, por ter uma irmã de coração que tem me salvado nos momentos de desespero com seus tapas na cara de realidade. Por haverem pessoas na zona da bondade ainda por aí. Agradeço à Deusa pela minha intuição e pela proteção. Agradeço, novamente, a todos que estão comigo nessa jornada. Afinal, ninguém é obrigado, e ainda assim, o fazem por amor.

Comments

  1. Eh noiz parsa! Logo mais isto será passado.
    Não há crescimento sem batalha.

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