Meu Dia, Minha Vida.
E a cabeça? Como vai? Ah, uma anestesia só. O pior de tudo é que hoje ela resolveu passar. Resolveu diminuir. E toda a intensidade veio em caos, confusão. Perdida, sozinha. Depois disso tudo, tudo o que não precisava era ficar sozinha. Minha gravidade abalada. Eu flutuei. Eu me mantive. Eu me equilibrei. Agora perco altitude. E só vou para baixo. Tudo passa por mim, e nada consigo agarrar.
Um filme hoje sem querer querendo abalou minhas estruturas. Mesmo eu ja tendo assistido antes. Ele resolveu me tirar do eixo logo hoje. Rachou mais um pouco minha bússola. Não me sinto protegida. Nunca quis tanto algo na minha vida. Não amor por amor. Mas, recíproco. Estou sem controle. Não quero tanto controle. Sou frágil. Sou um pouco ninfo. Penso demais no papel digital, uso meu canto de sereia pra me sentir mais viva ou talvez um pouco viva. Gosto de balançar no ar com meu corpo.
Tenho ninguém para abraçar, para fazer e sentir um cafuné. Então, durmo mais do que posso. Perdendo o dia. Penetrando a madrugada. Beijando timidamente o amanhecer. Solitária. Só comigo e eu mesma. E não quero pena. Definitivamente. Sinto-me tão menor com esta. Quero um amor. Quero algo livre. Que me faça leve, ao invés de tão culpada. Que me queira mesmo com todas essas cicatrizes. Auto ou outrem. Que não me ame por eu ser frágil, mas que se apaixone pelas minhas manias, mistérios e palhaçadas sem graça. Que nao me tire as forcas, mas que me faça mais forte. Mais no chão, mais no ar. Entrelaçar. Porque eu gosto tanto dessa palavra? Seria a causa terem mentido para mim sobre ficarem comigo não importa o que houvesse e assim terem quebrado o acordo, desistido de um horizonte tão longe de ser conquistado ainda? E eu tao esperançosa. Como sempre. Me perdendo em mais uma perdição. Sem perceber que o abismo também é logo ali, e muitas vezes se mascara de paraíso. Abro as asas e elas são queimadas. De dentro pra fora. Mas ninguém sente o que eu sinto. Não quero estar mais nos meus joelhos, não quero essa vida desgraçada, desesperada, desvairada. Ao mesmo tempo, eu me quero tanto. Eu quero tanto alguem. Que não me complete, mas que me preencha. Que não faça eu depender de tal, mas que me motive. Eu sei que mereço. Mereço mais. Só não sei porque caio tão depressa. Tão veraz. Tão feroz. Sou um animal dentro da jaula. O maior que há. A menor que há. Barras grossas. Claustrofóbica me faço refém. Eu sei a saída, porem nada ajuda. O céu aberto demais, o sol que passa, me queima. Me transforma em cinzas. Talvez completa, eu seja livre. As vezes precisamos perder tudo para termos o que precisamos. Porque ter tudo não é uma opção. E uma delas é quem estou apaixonada por. De novo me sinto em busca de uma atenção que não me quer. Que distúrbio é esse? Uma especie de transtorno? Trauma não é, pois nunca aprendo. Minhas memorias não permanecem, assim como minhas paixões.
Estou cansada de estar aqui. Pressionada por medos infantis. Você me cativou com sua luz ressonante. Se você quiser ir embora, vá. Só não faça lar onde ainda resta esperanças. O deserto é logo aqui. Posso ouvir o tornado de areia.
E algo sempre me faz voltar a isso tudo. A você. Aqui. Não queira me entender. Não tem a ver com passado. Já me resolvi com este. Todo o trama se passa no presente e algum possível futuro. E em seus dramas. Tão bostamente racionais. Uma vez eu pensei que era forte. Aí me descobri frágil. Agora sei que sou inconstante. Então, além de mim mesma -que as vezes tudo o que faz é encarar o espelho -, quem vai querer essa louca?
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