Atriz de Mentirinha.

Tu me deu a vida.
E não pensou que haveria mais o que dar depois disso.

O amor que tu diz que me dá,
Teve prazo de validade.
Expirado no dia em que
começaste a usar sua raiva
de tudo e todos
no meu corpo. E depois, na minha cabeça.
Eu sou a culpa por isso tudo. É o que você diz.
E eu tento
com todas as minhas forças não acreditar.
Porem, as vezes,
o abismo é muito fundo para não dar uma olhada.
E deste, tu aproveita para me empurrar.
E não se culpa. Nunca. Nem uma vez.
Só faz um drama superficial
para que os outros acreditem em ti
e tu saia como a inocente,
a coitada da historia.
Eu recebo olhares de reprovação no seu lugar.
Parabéns, tu és uma ótima atriz.
Mas tu sabes, que
é por detrás da cortina que a realidade acontece.

Tu poe uma memoria
criada, contada e recontada pra si mesma e o mundo
para conseguir acreditar nas proprias mentiras,
no lugar da memoria mais real e dolorosa de todas.
E ainda me olha nos olhos.
Como se eu que fosse a louca.
O pior de tudo é que tu contas tanto
todas essas mentiras,
que acredita nelas.
Que se alimenta delas.
Que me desvaloriza,
me despreza com destreza e certeza.

Capítulos se passaram.
Comigo muita coisa mudou.
Contigo? Nada.
Dois meses explorando e descobrindo,
recebendo as verdades na cara
que eu nunca recebi de você.
Por que? Porque tu só me trouxeste negatividade,
culpa irreal, inveja.
Deboche de todo dia.

Aprendi a me amar sozinha.
Sem nenhuma nem tentativa de ajuda sua.
Eu só recebia revirada de olhos,
desaprovação,
descrédito por
tudo e qualquer pequena coisa que já fiz de bom.
O que eu fiz de errado eu sempre me desculpei.
Não tenho esse orgulho que tu se banha
como se fosse algum produto de beleza. Eu ainda tenho vida dentro de mim.
Em constante inconstância.
Afinal, sou metamorfose.
E nunca serei perfeita.
Minhas imperfeições são aquelas que me fazem única.
E eu só preciso ser boa o bastante para mim mesma.
Cansei de tentar fazer com você me ame.
Como tu vai conseguir expressar amor por mim
se nem por si mesma o faz?
Todos seus sentimentos são ruins.
Não há graça em ti.
E quando tu encontra aquele temporário equilíbrio,
é quando eu desconfio acreditando.
Vou ignorando.

Chega de ser tola.
Eu só quero sair daqui.
Não pertenço
nem nunca pude pertencer a esse lugar. Esqueça-me.
Que o karma te coma de todas as formas e posições.

Esperanças são meu fraco contigo.
E tu sabes disso.
Sabes tanto que usa e abusa delas.
Que pisa em mim quando me sinto do tamanho de uma formiga.
Que vomita ódio em mim quando tudo o que eu peço,
é carinho.
Eu estou cansada.
De ti, dele,
dessa hipocrisia, desse desamor,
de tudo isso.

Você me dá o incentivo da morte.
E não se importa.

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