(Cru)cial.
Tudo começou sem esperar coisa alguma. Não houve planejamento, foi tudo repentino. Surpreendida. Não quis confiar, mas, de novo, confiei. E é claro, ele me iludiu. Aos poucos. Foi me enchendo, completando ao invés de preencher. Não havia amor em mim por mim o bastante para ser bem aproveitado e assim eu ter sido inteligente. Não vou dizer que é minha culpa. Não de novo. Pois não foi. Eu só fui influenciável. Apenas amei pela primeira vez. Porém, amei sem amor próprio. E isto se resultou em uma miscelânea de confusões de sentimentos, de submissão, de desejos, de 'eu faço tudo por você, não desiste de mim'. E eu achei que ele sentisse o mesmo. Mas não. Não era. Amor recíproco é aquele que mesmo depois de um término, continua, mesmo involuído para um encanto, um respeito. Ele apenas escolheu me esquecer. Sumiu mesmo. E não, não é que eu importo - afinal eu não me importo -, porém eu mergulho das minhas analises de memórias depois de aprender com elas. E com isso, penso o quanto não houve empatia. Não houve amor. Só uma paixão. E um acréscimo de uma enorme atração.
Eu tive um alto auto complexo de inferioridade criado pela vida e produzido pela lua, e administrado por alguém que nunca lidou com algo parecido antes. Minha única culpa foi não ter me amado naquela época. Assim, teria sido esperta. E não ter querido me jogar na frente dos carros em uma avenida. Não ter feito greve de fome. Não ter ficado na cama por dias, sem mover um membro. Não ter acabado com meu estoque de lágrimas. Minha única culpa foi ter acreditado. Foi ter me doado, inteira, cega para a assinatura falsa no contrato. Agora, as culpas do outro: são inúmeras. A maior é o não-amor que ele sentiu por mim. É o ego, possessão, insegurança, conservadorismo, antipatia. Ele não viu tudo de mim. Ele não viu meu fim. O que ele viu, foi meu pior. Meu pior momento. Minha pior lua. Minha pior fase. E não ajudou. Não me fez desabafar e espairecer assim. Só me encheu. Só me derramou. Só quebrou minhas barreiras. E minhas pernas.
É bom escrever sobre isso, assim, sem eufemismos, sem metáforas. Na língua seca. Sem papas na língua. Sem ter nostalgia ou desejo por aquela língua. É tão bom poder respirar sem ficar em dúvida sobre o que ele vai pensar. É bom demais poder me expressar, todo o meu amor, tão gostoso, por mim mesma. Sem intervenção. Sem sair entrando. Sem bater na porta.
De fato, não foi ruim todo o tempo. Os cafunés deitada em seu peito eram bons. As risadas. As músicas. O sexo. Os animais de estimação. Porém isso não me cativou verdadeiramente. Não confiei na minha intuição. Confiei nele. E quando não houve mais ele, tão repentinamente, eu fiquei sem chão para pisar. Sem céu para poder deslumbrar. Sem lua para poder agradecer. Eu fiquei crua. E crua, não existo. Nem crua nasci, então, como posso viver acima de sobreviver cruamente? É mais do que cruel. Eu não fui eu mesma. E agradeço desde três semanas depois que aconteceu o término, naquela noite de sábado, por este. Agradeço mais do que. Porque? Por que foi crucial para eu ter meu primeiro encontro com o auto-amor, saindo desse abismo. Pois eu aprendi a me amar sem você. E a sensação é a melhor do mundo.
Eu tive um alto auto complexo de inferioridade criado pela vida e produzido pela lua, e administrado por alguém que nunca lidou com algo parecido antes. Minha única culpa foi não ter me amado naquela época. Assim, teria sido esperta. E não ter querido me jogar na frente dos carros em uma avenida. Não ter feito greve de fome. Não ter ficado na cama por dias, sem mover um membro. Não ter acabado com meu estoque de lágrimas. Minha única culpa foi ter acreditado. Foi ter me doado, inteira, cega para a assinatura falsa no contrato. Agora, as culpas do outro: são inúmeras. A maior é o não-amor que ele sentiu por mim. É o ego, possessão, insegurança, conservadorismo, antipatia. Ele não viu tudo de mim. Ele não viu meu fim. O que ele viu, foi meu pior. Meu pior momento. Minha pior lua. Minha pior fase. E não ajudou. Não me fez desabafar e espairecer assim. Só me encheu. Só me derramou. Só quebrou minhas barreiras. E minhas pernas.
É bom escrever sobre isso, assim, sem eufemismos, sem metáforas. Na língua seca. Sem papas na língua. Sem ter nostalgia ou desejo por aquela língua. É tão bom poder respirar sem ficar em dúvida sobre o que ele vai pensar. É bom demais poder me expressar, todo o meu amor, tão gostoso, por mim mesma. Sem intervenção. Sem sair entrando. Sem bater na porta.
De fato, não foi ruim todo o tempo. Os cafunés deitada em seu peito eram bons. As risadas. As músicas. O sexo. Os animais de estimação. Porém isso não me cativou verdadeiramente. Não confiei na minha intuição. Confiei nele. E quando não houve mais ele, tão repentinamente, eu fiquei sem chão para pisar. Sem céu para poder deslumbrar. Sem lua para poder agradecer. Eu fiquei crua. E crua, não existo. Nem crua nasci, então, como posso viver acima de sobreviver cruamente? É mais do que cruel. Eu não fui eu mesma. E agradeço desde três semanas depois que aconteceu o término, naquela noite de sábado, por este. Agradeço mais do que. Porque? Por que foi crucial para eu ter meu primeiro encontro com o auto-amor, saindo desse abismo. Pois eu aprendi a me amar sem você. E a sensação é a melhor do mundo.
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