Refém Desde A Raiz.

Esses seres com alma apagada com quem convivo
distorcem tudo
inclusive minha própria mente
atingem meu ponto mais fraco
sinto-me refém desde sempre
sinto tudo em explosão, se tornando nada
sinto-me vivendo em um caos que não pertence a mim.

O que eu sou, afinal?
se não desperdício de intensidades para todos eles?
nada é o bastante
nessa bolha em que estou
e não posso sair
pois não tenho lugar para ir
e essas noites nubladas
somem com o luar,
onde eu me perco em devaneios e paraísos momentâneos
um território que eu conheço,
uma visão finalmente expandida como universo
um dos únicos lugares em que não me sinto intoxicada
onde eu acredito em mim mesma finalmente
onde eu não ouço uma palavra se quer
que possa me arrastar para baixo
não tenho onde me segurar
eu choro.

Perdida
lugar desconhecido e desconfortável
minhas chamas baixaram
mesmo ainda acesas,
sinto quase que apenas frio percorrendo minhas vias respiratórias
eu grito, eu sonho, em escape
como uma sereia, eu canto solitária
nenhuma bruxaria minha adianta aqui
essas energias pesadas me tragam
e não sobra nem palha do tabaco como vestígio
de que eu uma vez estive viva nessa terra

Eu queria dizer
eu estou indo para casa
porém permaneço sem permissão própria
Sobrevivo como um de meus fantasmas
Vivo só por instantes de incêndio recíproco
Qual é minha missão afinal?
Só sinto destruição
Essa contraditória sensação
não sou culpada, mas me poem tanto a culpa por existir
que me encontro em delírio
noites insones de paranóias
Sem controle de mim mesma
sentindo a solidão apertar meu coração,
o que é uma bússola quando não se tem direção?

me tira daqui, Deusa.

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